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Um lugar depois da montanha


[PT]
“Um lugar depois da montanha” foi narrado em primeira pessoa, a partir da minha redescoberta do Rio de Janeiro em que nasci e vivi. Estudei e repensei a coexistência de vários mundos dentro desta cidade, e a diversidade estética e cultural que os habita.

O projeto tem o nome de “Um lugar depois da montanha” para fazer referência à forma como os mapas turísticos da cidade do Rio de Janeiro ilustram a cidade a partir da zona sul — a área nobre — e não vão além do Maciço da Tijuca (a tal “montanha”), onde termina a zona sul. Esta é também a forma como, muita vezes, eu e meus amigos explicamos de onde viemos, para pessoas que vivem nas áreas nobres, porque muitas não fazem ideia do que existe do outro lado da montanha. Simbolicamente, a representação da montanha é importante, porque acaba por ser uma fronteira física daquilo que se torna distante cultural e esteticamente. Sendo este projeto uma reflexão sobre as minhas vivências crescendo no subúrbio de uma grande cidade, pretendo, de certa forma, representar esse “lugar depois da montanha” chamado Taquara e a forma como a vejo e como ela me influenciou.

Reconstruí memórias, extremamente pessoais, que me fazem ser quem eu sou. São tudo e todos que me rodeiam. São as pessoas que conheço, as fotografias do passado e as atuais, lugares, lembranças, desenhos e apontamentos escritos à mão. A reconstrução dessas memórias não foi um processo linear e as próprias memórias não são claras. A mistura e alteração das partes, simboliza a complexidade das narrativas e o quanto todos os acontecimentos estão interligados, pois não existe um presente ou um futuro sem um passado.

[EN]
The reconstruction of memories, which are extremely personal and shape who we are, encompasses everything and everyone that surrounds us. It includes the people we know, photographs from the past and present, places, memories, drawings, and handwritten notes. The reconstruction of these memories does not need to be a linear process, and the memories themselves do not need to be clear. The mixing and alteration of these elements symbolize the complexity of narratives and how all events are interconnected, as there is no present or future without a past.


Por Ray Cussan

Um lugar depois da montanha
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